A tarifação e a precificação de frete consistem na definição dos valores que devem ser cobrados pelo transporte de cargas. A conta inclui custos diretos e indiretos, taxas complementares, e também estratégias de crescimento e a análise da margem de lucro da empresa.
A questão é que precificar o frete nem sempre é uma tarefa fácil, pois, como você pôde ver, são muitos os componentes que fazem parte da conta. A boa notícia é que, após entender o que incluir no cálculo, fica muito mais fácil chegar a esse valor.
Então, quais são os tipos de tarifas que são aplicados no transporte de cargas? Como precificar o serviço de transporte? Como calcular a tarifa de frete? Todas essas respostas você terá agora, neste artigo. Siga a leitura e confira!
O que é precificação de frete?
Tarifação e precificação de frete são termos usados para se referir aos custos relacionados ao transporte de mercadorias. Enquanto o primeiro abrange todos os gastos relacionados à movimentação da carga entre os lugares; o segundo define o preço final que será cobrado por esse frete.
Ter esses valores é fundamental para o bom funcionamento de qualquer empresa de transporte. Entre os principais motivos estão:
- garante a cobrança de valores que realmente cobrem os custos das entregas, sem gerar prejuízos para o negócio;
- aumenta o poder competitivo da transportadora, destacando-a no mercado;
- ajuda a atrair e fidelizar clientes;
- eleva a margem de lucro.
Como precificar serviço de transporte?
Para precificar o serviço de transporte corretamente, é preciso considerar alguns critérios. Entre os que não podem faltar, estão:
- custos diretos e indiretos para a movimentação da mercadoria;
- margem de lucro da empresa;
- perfil e percepção do público-alvo;
- preços praticados pelos concorrentes;
- estratégia de crescimento da companhia.
1. Custos diretos e indiretos para a movimentação da mercadoria
Na tarifação e precificação do frete, os custos diretos são aqueles que têm relação com o transporte, tais como valores gastos com combustível e mão de obra.
Já os indiretos não têm essa ligação tão próxima, mas, ainda assim, fazem parte da movimentação da carga, por exemplo, despesas administrativas e de armazenagem.
2. Margem de lucro da empresa
Uma das principais fontes de receita de uma transportadora é o frete. Logo, esse valor deve gerar rentabilidade para o negócio, concorda?
Por isso, na hora de fazer o cálculo, é fundamental que a composição do custo frete rodoviário, ou de outro modal, leve a um preço que cubra todas as despesas com o transporte da carga (incluindo os custos diretos e indiretos), mas que também dê uma boa margem de lucro para a empresa.
3. Perfil e percepção do público-alvo
Porém, para chegar a essa lucratividade, é bem importante considerar o perfil do público-alvo. Afinal, fretes altos tendem a fazer os consumidores desistirem das aquisições.
Além disso, é necessário analisar a percepção que os clientes têm quanto ao serviço. Dependendo do segmento que é atendido, é aceitável preços maiores em troca de entregas mais rápidas.
4. Preços praticados pelos concorrentes
Por falar em preços, na hora de definir o valor do frete da sua empresa, vale a pena consultar quais estão sendo praticados pelos concorrentes.
A ideia não é copiar a precificação, mas identificar qual valor deixa o seu negócio mais atrativo e competitivo, sem afetar a margem de lucro.
5. Estratégia de crescimento da companhia
Somado a tudo isso, cabe considerar os planos de crescimento da empresa.
Pode ser interessante, por exemplo, trabalhar com valores menores durante um período para atrair clientes e, após ter uma base consolidada, pensar em preços maiores em troca de serviços mais pontuais e lucratividade mais expressiva.
Dica de leitura: “Impacto do valor do frete: fatores críticos e como otimizar“
Como calcular a tarifa de frete?
Para calcular a tarifa de frete, é preciso considerar todos os valores que compõem essa cobrança, que são taxas, custos e gastos relacionados ao transporte de cargas. Os números que farão parte da conta variam conforme o tipo de carga, região percorrida, transporte utilizado, entre outros critérios relacionados.
A fórmula que pode ser usada para calcular taxas de transporte rodoviário e de outros modais é:
preço do frete = frete-peso + frete-valor + taxas complementares
Veja todos os detalhes sobre a composição do custo frete no próximo tópico!
Quais são os tipos de tarifas que são aplicados no transporte de cargas?
Os principais tipos de tarifas que são aplicados no transporte de cargas no nosso país são:
- frete-peso;
- frete-valor;
- taxas complementares.
1. Frete-peso
O frete-peso é uma tarifa calculada com base no peso da mercadoria. Seu cálculo considera os pontos de origem e destino da carga, e remunera o transportador com valores que incluem despesas com o veículo e taxas administrativas.
Ao final da conta, é definido o custo operacional, que pode variar conforme a transportadora ou as características do serviço prestado.
Porém, deve ser incluído na soma do frete-peso o tempo de carregamento e o volume de trabalho no ponto de entrega, mesmo em distâncias pequenas. Isto é, se o motorista tem uma carga pequena que necessita de auxílio no descarregamento ou esperar o receptor, esse período também é considerado na tarifa.
Com base nisso, os fretes que não exigem muito trabalho operacional ou documentações específicas, mesmo que em uma longa distância, acabam tendo um custo menor para quem solicita o serviço.
O frete-peso é composto por:
- custo operacional;
- taxa de lucro operacional.
A fórmula usada para chegar ao valor é:
frete-peso = custo operacional x taxa de lucro.
2. Frete-valor
Já o frete-valor considera como custo o proporcional ao valor da carga transportada e ao tempo total em que ela fica sob responsabilidade da transportadora.
O principal objetivo dessa tarifação é proteger a empresa das chamadas “ocorrências de frete”, que podem trazer sérios prejuízos financeiros para a companhia.
Somado a isso, o frete-valor é indispensável para preservar a mercadoria que está em trânsito, e para equilibrar os custos e as despesas resultantes dos riscos de ocorrências aos quais a transportadora está exposta.
Algumas variações da tarifa ocorrem devido ao tipo de mercadoria e às necessidades de equipamentos específicos para carga e descarga, a exemplo de calços, cantoneiras e protetores.
O frete-valor é composto pelo:
- percentual ad valorem: taxa variável conforme o que está sendo transportado, e que incide sobre o valor da nota fiscal. Serve para cobrir os custos com a contratação de seguro.
- GRIS: taxa relacionada à prevenção de roubos. Por ela, cobra-se um percentual de, no mínimo, 0,3% sobre o valor da nota fiscal.
- seguro obrigatório de responsabilidade civil (RCTR-C);
- controle documental de segurança;
- material de proteção.
O cálculo dessa tarifa deve ser feito aplicando a seguinte fórmula:
frete valor = GRIS + RCTR-C + controle documental de segurança + material de proteção / (valor da carga em nota fiscal x percentual ad valorem)
3. Taxas complementares
Na tarifação e precificação do frete, as taxas complementares se referem a todos os valores que vão além do frete-peso e do frete-valor, mas que também compõem o valor final que deve ser cobrado na emissão do documento rodoviário.
Essas taxas costumam ser:
- pedágios;
- cubagem;
- taxa de restrição de trânsito (TRT);
- taxa de dificuldade na entrega (TDE);
- taxa mínima;
- outras taxas complementares.
Confira, abaixo, detalhes de cada uma.
Pedágios
Os pedágios são direitos de passagem dado a um veículo, o permitindo ir de uma região para outra.
Os valores referentes a essa taxa variam conforme o percurso percorrido pela mercadoria e o número de eixos utilizado no veículo.
Inclusive, temos um artigo que se relaciona com esse tema. Não deixe de ler! “5 estradas mais perigosas do Brasil: curvas, asfalto ruim e +!“
Cubagem
Consiste na relação entre o peso de uma mercadoria e o espaço que ela ocupará no veículo de transporte.
O cálculo da taxa complementar de frete é feito utilizando esta fórmula:
cubagem = largura da mercadoria x altura da mercadoria x comprimento da mercadoria x 300.
Taxa de restrição do trânsito – TRT
Esse é um valor aplicado quando o local de entrega tem restrição quanto à circulação de veículos em determinados horários.
Quando isso acontece, normalmente, é cobrado um percentual que pode chegar até a 20% sobre o valor do frete original.
É comum que essa taxa seja incluída no valor do frete quando a entrega é feita em regiões metropolitanas, pois é provável que no percurso o veículo acabe passando por áreas com restrições de trânsito.
Taxa de dificuldade na entrega — TDE.
A TDE é gerada quando uma demanda inesperada impacta todo o processo do transportador.
Muitas empresas de transporte seguem a orientação da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), para essa cobrança, a qual indica o piso de 20% ou um valor mínimo de R$20 de TDE.
A taxa de dificuldade na entrega pode ser cobrada em situações como:
- mercadoria enviada fora do horário comercial, gerando custos excedentes, como horas-extras;
- necessidade de mais de um profissional para carregamento, descarregamento ou entrega;
- recebimento de mercadorias em diferentes quantidades, por ordem de chegada;
- tempo de carga/descarga que excede o normal;
- condições diversas que possam ultrapassar o custo operacional previsto da operação.
Taxa mínima
Trata-se de um valor cobrado para cargas muito abaixo do peso normal, principalmente quando o valor cubado também é baixo.
Para não sair no prejuízo, as transportadoras podem estabelecer uma taxa mínima para esse tipo de serviço.
Outras taxas complementares
Além dessas que acabamos de citar e, dependendo da situação, pode haver a incidência de outras taxas complementares. Alguns bons exemplos são:
- impostos;
- taxa de despacho;
- custo adicional de transporte rodoviário – CAT;
- horas paradas em excesso;
- armazenagem de mercadorias;
- marcação de volumes;
- taxa serviços especiais.
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Quais os benefícios de ter uma tabela de tarifação e precificação de frete?
Ter uma tabela de tarifação e precificação de frete predefinida e organizada favorece o fluxo operacional da sua transportadora e traz uma série de benefícios, tais como:
- cotações mais rápidas para os clientes;
- diminuição do tempo de resposta;
- aumento das solicitações de serviços de frete;
- adoção de preços compatíveis com a média existente no mercado;
- aumento da produtividade e mais agilidade para a equipe.
Inclua a tabela de precificação de frete no sistema da sua empresa e tenha cálculos automatizados e análises em um só lugar!
Quais as outras formas de melhorar a gestão da sua transportadora?
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